Total de visualizações de página

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Conto Ao Contrário

Caminhando, indo sem rumo. Com os pés descalços, pisando em pequenas poças de chuva e suor e piscina e bebida...! Tão descontraída e amável. Em minha direção, falando como são admiráveis os meus cabelos e como se simpatiza com meu gênio. Ah, para com isso. Não posso ouvir o que tem a dizer... sou quebradiça demais. Você é a protagonista dos meus sonhos, dos meus delírios mais loucos, os quais não sei mais lidar. De vez em quando eu te provoco só para saber até onde você pode suportar. Mas no fundo, eu te quero aqui, bem perto de mim. Com os seus braços em volta das minhas costas despidas. Eu estou aqui hoje por ela, mas, meu amor, muito mais por você. E espero que não se importe com isso. Um beijo...estou embriagada mesmo, e você está bem encantadora hoje. Como sempre.
Pés molhados, bocas molhadas, testas molhadas. Ah, como eu queria mais alguns minutos aqui. Seus lábios me invadem, e eu adoro o jeito que você dança. Línguas, lábios, salivas, desejos. Só mais cinco minutinhos. Preciso aproveitar este momento. Tremer agora me faz lembrar como fico entorpecida diante dos seus feitiços. Você é uma pirralha. E mesmo assim, não consigo me afastar nem por um segundo do aroma da sua nuca. Traga-me a vida de novo.
Mantenha-me protegida por dentro, pois mesmo que eu não lhe dê essa segurança, eu preciso tê-la vinda de você. E eu ouvi falar que você está super bem, que não pensa mais em mim. Moedas, bilhetes, chicletes e meu celular tocando. Ah, mas quem me liga? Deixe-me viver esse momento, pela única vez que poderei. Tentei voltar, me explicar, mas você já não estava lá no escuro, nem no molhado. Em nenhum lugar. Cerveja, boldo, bala, tequila... e você de longe no mesmo estágio que eu. Tão perto, que me fez esquecer o quão fora do meu alcance está. Ah, e eu chorei, muito. E te fiz acreditar que era por outro motivo. Meu amor, agora eu estou indo. Pra outra cidade, pra fora da sua realidade.
Não, não, não... não quero olhar pra sua face afetuosa, ingênua, suave e linda. É disso que mais preciso me desprender.

6 comentários:

  1. LINDO. "sua face afetuosa, ingênua, suave e linda" Lindo mesmo. Me fez lembrar de mim. Já leu Jack Kerouack?

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Não, nunca li. Mas ouvi falar de um livro dele que parece ser muito bom. Acho que o nome é "Pé na estrada", se não me engano.
    Mas, por quê?

    ResponderExcluir
  4. Alguns trechos me lembraram ele. Ele tem esse costume de superadjetivar as coisas (como você fez com "afetuosa, ingênua, suave e linda"). Pé na estrada (On the Road) é o livro mais conhecido dele (tenho duas versões), mas tem outros muito bons também (tenho, rs).
    Recomendo que leia. haha

    [by the way: to fazendo minha monografia sobre o livro on the road e o filme easy rider]

    abraços, qualquer dia a gente se esbarra através do meu irmão.

    ResponderExcluir