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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Frenesi

Sou tão incomum e ao mesmo tempo tão similar a todo o resto. É até engraçado quando certas vezes a gente se sente superior ou inferior ocasionalmente. Seria mais prático se toda essa babaquice que as pessoas acreditam, fosse transformada em outra coisa melhor. Amor, quem sabe. Ao menos respeito, para ser mais justa com os sem coração. Qualquer coisa que nos fizesse crescer um pouco mais, que não nos machucasse tanto. Me sinto até atraente quando passo minutos no espelho depois do banho penteando os meus cabelos úmidos. Secá-los durante meu instante vaidoso. Sentir o vento quente formigando meus ouvidos suavemente. Mas isso é o mais efêmero em mim no momento. Algo está faltando. Será que só eu percebo essas coisas? Eu não deveria estar aqui falando asneiras. Cadê? Quero encontrar algo que me sustende, que mantenha viva. Tem tanta gente que te vira as costas sem perceber. Às vezes é difícil mesmo notar que eu estou por aqui. Ah, mas isso não me parece correto, não! O tempo está passando loucamente. As pessoas, portanto, estão mudando mais rápido. De repente seu amor, é seu rancor. De repente uma saudade sem querer se transforma em repulsa... Eu estou sendo levada também. Sempre acontece de uma amizade virar coleguismo! Eu sei que isso acontece, já vi isso antes, e apesar de ser agora o momento em que eu mais preciso me apoiar, preciso prender o choro. Estamos num eterno desencontro. Rodopiando por aí, caindo sempre no mesmo lugar, no mesmo conflito, na mesma bobagem. E não adianta nem um pouco eu ter asas para voar se meus pés estão presos no chão. Chega disso, cadê aquilo que se passa a vida tentando cultivar, que se passa a vida remoendo por ter perdido? Como é que eu posso acreditar que eu estou completamente forte e disposta, com você me olhando tão vaziamente? Mas este é o meu ponto de vista, querida. E quanto a você? Veja só, agora está no meu lugar. Eu não acredito – e não entendo o motivo de minha descrença – que pense da mesma maneira que eu pensava quando estava por aí. Tudo esta bem. Estamos bem.

Olha para a gente... Não, não estamos!



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