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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sonhando Acordada

Abri os olhos. Lembrei de uma piada. Mas não ri, achei por um instante que não via mais graça nenhuma na vida. Fechei os olhos. Lembrei de um rosto. Desses que a gente só vê mesmo em sonhos. Eu me apaixonei enquanto dormia. Isso foi há três semanas. Não foi a primeira vez que vivi uma vida inteira em um sonho. Infelizmente não me lembrei da última vez que isso aconteceu. Talvez nem queria lembrar. Me assusta muito todas as coisas que eu desconheço. Você foi uma delas. A que eu menos conheci, ou reconheci.
MAS, ESPERA. Quando eu falo “você”, não falo Dela, não. Dela eu não quero mais falar, acho que já falei demais com as paredes. Quando falo de “você”, me refiro a menina com a qual sonhei naquela noite. Lembro de tudo, como se aquilo realmente estivesse acontecendo. Como se eu realmente estivesse presenciando aquele sentimento. Como se ele também fosse parte da minha realidade. Pude sentir tudo, exatamente como senti da primeira vez, sem nenhuma mudança. Mentira. A diferença era por quem eu estava sentindo aquilo tudo. Aquela multidão insensata e mal educada de sentimentos me atropelou de novo. Não chorei.
Era tudo tão verdadeiro, que me tirou a certeza de ter virado de vez alguém sem sentimentos. Eu sei que eles ainda existem, mesmo completamente soterrados na minha carne. Eu acreditei, durante aqueles minutos, que estava curada.
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O alarme tocou, no instante que antecedia uma declaraçao sua. Gostaria de ter ouvido, queria tanto saber da minha reação... Estou perdida em mim mesma e queria que ninguém percebesse isso. Mas agora é tarde, estou sendo desmascarada. E isso me dá medo. Quando eles descobrirem, espero que tenham a piedade de me contar como é que eu vim parar aqui. Escrevendo coisas que só fazem sentido pra mim. Coisas que não fazem o menor sentido pra mim. Coisas que simplesmente vão surgindo na minha cabeça. Coisas que se contradizem o tempo todo.
REGRETS
Mas mais do que qualquer coisa, os meus medos. Acho que esse é o meu maior medo: ter medo. De mim, de você, do que eu – não – sinto. Do que eu perdi. Do que não volta. Dela.
Medo de simplesmente não ser capaz de amar. De não encontrar alguém para amar.
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Acordar, e perceber que tudo foi um sonho bem sonhado. Um pesadelo (des)temido. Uma história mal contada.
Imagina, haha, se de repente eu realmente acordo.

I M A G I N A: já passou por algum momento na sua vida que você pensou “eu não quero que isso acabe nunca! Quero ficar exatamente aqui, com quem eu estou, fazendo o que eu estou fazendo e ponto”. E do nada, despercebidamente, o mundo deu uma cambalhota e mudou. Você nunca mais voltou para aquele lugar, nem nunca mais falou com aquela pessoa e ainda por cima nunca mais fez aquilo que gostava tanto? Não, não, pior! Nunca mais se sentiu exatamente do jeito que você estava sentido naquele momento?
Agora imagina que voce tenha por acaso adormecido naquele momento. E que tudo que voce “viveu” depois daquilo foi um sonho. Melhor, um pesadelo.
E se nada do que você está vivendo agora fosse real? E de repente o seu alarme tocasse, alguém te ligasse, alguém gritasse pelo seu nome e você acordasse.
E eu acordasse. E nesse mesmo instante tudo viesse a tona. Meus sentimentos de volta, meu amor, minha coragem, minha vida...
O nome disso é mind fucking yourself. Iria ser uma loucura. Você realmente daria muito mais valor para aquele momento, tenho certeza. Talvez até choraria. De saudades, quem sabe. Mas uma saudade que teria sido alimentada pela realidade. Você poderia matar as saudades daquele momento, daquela pessoa, daquilo que estava fazendo. Isso tudo sem ter ido a lugar algum. Apenas visitado seu subconsciente elaborado: a vida que viveu enquanto dormia. A vida que talvez você não quisesse viver.
E se você estiver dormindo ainda? E se eu estou dormindo ainda?
Talvez seja por isso que não sinto nada.

Acho que eu só quero matar as saudades.



Me ligue.

Me grite.




Por favor, só quero que alguém me acorde.

domingo, 4 de dezembro de 2011

G.L.I.P

Estou me transformando em tudo aquilo que eu odiava em voce, sem perceber. Como se a minha realessencia estivesse sendo deixada de lado, como se ela estivesse retraida demais pra se mostrar. Quero retomar o controle sobre mim mesma, mas ele sempre acaba escapando das minhas maos quando algo me lembra que voce existiu. Mesmo que sua existencia na minha vida hoje dia pareça algo muito distante, exatamente como se nunca tivesse existido, como se fosse uma lembrança ridiculamente pequena de uma vida que passou, uma vida que nao existe mais. Não me sinto do jeito que os outros me veem, não tenho sentido nada, pra ser sincera. Estou com medo de me desapontar mais comigo mesma e desperdiçar tudo que eu construí depois que você foi embora. Meu amor proprio, por exemplo. Ele também está sumindo e me fazendo voltar a acreditar que eu continuo sendo a merda que eu era. Ou que eu me transformei.
Sinto falta de mim mesma, dos meus sorrisos sinceros, das minhas palavras espontaneas. Da minha sede de viver e do meu controle. Estou escapando, escorregando, caindo. Voltando vinte passos, sem dar nenhum a frente.
Queria me lembrar de como se faz pra reconstruir um pedaço podre dentro de mim.
Queria lembrar do seu sorriso. Talvez ele me ajudasse agora, talvez me lembrasse que eu não posso recuar agora que cheguei até aqui. Talvez ele pudesse me trazer uma tristeza que agora necessito pra continuar a crescer.
Não vejo ninguem me segurando, nem eu me segurando em ninguém. VOCÊ PROMETEU QUE IA FICAR AQUI PARA SEMPRE, você ficou. Mas no lugar errado. Você não está mais do meu lado, nem segurando minha mão, ou até mesmo me beijando. Está aqui dentro, sendo responsável por todos os meus medos, todas as minhas inseguranças, todas as vezes que eu corri de alguma coisa. Você continua aqui, apesar de já ter te expulsado milhões de vezes.
Continua assombrando meus sentimentos mais sinceros, minhas atitudes mais honestas. Minhas palavras mais bonitas. Minha vida.

Ainda estou vazia e mesmo assim, me sinto quase completa. Ainda estou em pedaços, e continuo me convencendo de que tudo vai ficar bem, porque tudo já está bem. Ainda conto os dias, não mais pra ficar ao seu lado, mas para que você deixe de fazer parte de vez da mim.

Leve tudo, você já levou tanta coisa... só quero que me deixe aqui.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Isso Ninguém Disse

Quando esse coraçãozinho pisado finalmente se levantar, vou estar aqui, olhando-o com um sorriso satisfeito e aliviado. Quando nele não mais tiver esse medo de simplesmente bater – e só bater – vou estar aqui também, ofegante.
Quando meu sangue dos pés subir até a cabeça, vou sentir uma instabilidade e acho que vou tremer. Quando de repente eu sentir, finalmente, uma flecha rasgando minha carne e acertando esse pobre coraçãozinho, vou suspirar e sentir sensações únicas. Meus músculos vão se contrair quase que totalmente, vou sentir um friozinho de mentira. Apenas uma desculpinha pra poder me deitar no seu colo, ou te abraçar, só pra me sentir um pouco mais acolhida nesse momento de confusão.
Quando, de repente, as palavras começarem a fugir da minha boca, minha mandíbula ficar travada e meu sorriso estampado, saberei que vou sonhar com voce a noite. Quando minha mão ficar inquieta, minha perna bamba, meus lábios secos, meu coração aberto... quando meu sangue borbulhar e meus olhos se fecharem lentamente, eu terei uma certeza.








I’m FUCKING ready.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Butter(flies) In The Stomach

Estou realmente cansada de bastante coisa. É como se eu tivesse descoberto que a geléia que eu como, durante 20 anos, todo santo dia de manhã com torrada, é uma merda e eu não suporto.
Eu não suporto mais você, amor. Não mesmo. Você tem me dado uma grande dor de barriga, e seu gosto nem tem valido tanto a pena, pra ser sincera. Eu nem fecho mais meus olhos quando dou uma mordidinha. Seus morangos não tem gosto dos morangos mais bem selecionados, como vem dizendo no rótulo. E seu preço... é, acho que estou pagando caro demais.

Talvez amanhã eu compre uma manteiga, apesar dela não chamar muita atenção. Quem sabe eu não acabo me encantando por ela? Quem sabe eu acabo tornando as minhas manhãs mais bem humoradas? Vai ver até a torradinha acaba se animando com a novidade. Mas manteiga é salgada, eu estou tão acostumada com o doce amargo da porra da geléia.
Não quero mais esse gosto grudado na ponta da minha lingua e em toda a minha garganta.

E no dia seguinte, estava lá, fazendo minha mais dificil decisão.
Você, maldita geléia-de-morangos-não-tão-frescos, vou te deixar na prateleira do supermercado. Agora já chega, né? Fica aí, vai! Mas fica bem, porque eu tenho certeza que várias outras pessoas irão te comprar - e irão se arrepender - mais cedo ou mais tarde.
Quanto a manteiga, acho que vou levar a mais tradicional. Sem muitas coisas coloridas na propaganda. Isso é coisa de manteiga que não tem muito o que oferecer. E, meu Deus, estou apostando tudo em você.

Quando eu chegar em casa esta tarde, eu quero você deitada na mesa da minha cozinha. Totalmente intocada. Só pra mim.
Quero me sentar e tirar cada pedacinho do seu pacote, pra te ver por inteira. Sentir seu cheiro, seu gosto, tudo bem pertinho, bem devagarzinho. Como se fosse a primeira vez que alguem estivesse vendo outra pessoa sorrir.



Poderia te dizer exatamente como era o gosto dela. Poderia até te dizer que ela me faz sentir em casa. Poderia inclusive dizer que desta vez eu não tenho mais duvidas. Poderia também dizer que nunca senti nada igual.

Mas é como se eu nunca conseguisse chegar a minha casa, e prová-la.

domingo, 4 de setembro de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sentimentos da Cabeça

iuashdishdasud asioduhaseqe9qdjs nasdhae9q3e8ajsd asdiusahe928iodjnsoiudqwe3j98udsiajfk equidsoua89ioehwndiuosjkfhiucjbkmndxoiujk ewdaoiusdnckjbxiufjkzdnkjndsfdiouc 29384eiujdklhdaisodhasnequidopq83ihdnskjc o9id3nwaiuoshjpdio3e djnlxzbi9c8powkendemn z98qiojd cioaew9dusjband

domingo, 21 de agosto de 2011

Lembrar, lembro, lembrei, lembrarei. Não lembrava, não lembravamos.

Ando me perdendo muito em mim mesma. É, me perdendo nas minhas loucuras e nas regras que eu acabei me impondo. É passado. Eu sei que é. Mas parece que algo aqui insiste no palpite de que talvez não seja somente alguma outra loucura. E é com isso que eu arranjo aquela velha desculpa pra minha insensatez, mesmo sabendo que ela agora pode ser facilmente driblada e assassinada.
Aliás, ela já esta derrotada ha muito tempo, apenas não se deu por vencida. Apenas continua se rastejando, mesmo com suas tripas a mostra, como quem diz que nunca morrerá até que isso seja, enfim, de minha espontânea vontade.
Agora sinto minha respiração voltando ao normal em passos quase desprezíveis. Também sinto meu coração parar de lutar contra mim mesma e formigamentos irem embora da minha barriga quando me lembro de certas coisas. A raiva da minha insegurança, da minha falta de direção, do meu cansaço e das coisas erradas que eu fiz já está aliviada.
O meu medo também é passado. Ele não existe. Porque agora está transformado em uma vontade de experimentar absurda, porque ele me deu uma fome insaciável de amar.

Lembrei: ser eu mesma é ser tão diferente do que eu estava me acostumando a ser.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ponto

Alguém transforma Legião Urbana em líquido porque eu quero injetar.

Junto, Porém Solto

Está tudo aqui em mim, eu sei disso. Sinto quando bate um tambor na garganta. Ser o protagonista de nossa própria historia o tempo todo é exaustivo. Os anos estão passando e parecem me alertar. Meus joelhos doem só de pensar em sustentar tudo está por vir. Faz tao mal pra mim, e ao mesmo tempo é algo que me incentiva a crescer. Eu tenho tanto medo quando voce não está por aqui.
Mas sei que estou bem, porque de alguma maneira ainda me sinto segura por tudo que me rodeia. E neste caso - somente neste caso - você não é tudo. Você é apenas o aroma dos meus dias.
Não está cedo, não. Pelo contrário, está tarde demais! Demais. E mesmo assim ainda espero refugiada, cometendo todos os dias o delito que é esse sentimento. Caminhando, dando voltas nos mesmos lugares. Abrigada em abraços que não confortam, em beijos que não envolvem, em falas que não completam, em mãos que não tocam e em amores que não existem.

domingo, 31 de julho de 2011

Mil Quatrocentos E Sessenta

Não há deslumbre, não há química, não há saudades, não há nervosismo, não há ciúmes, não há frio nenhum, nem há calor. Não há nada que me prenda ou que faça eu me perder. Mas por outro lado, é tranqüilo e é calmo. Só tenho medo de não ser totalmente sincero.
Será que não conseguir se apaixonar por mais ninguém é tão ruim assim?
Acho que a vida está pedindo demais quando ela me propõe certas coisas como ter que me acostumar com um novo cheiro tão rapidamente. Posso até me acostumar, eu sei, mas tenho a impressão que sempre os compararei.
Eu realmente queria sentir uma loucura, um estouro, um surto, de amor. Mas parece que meu sangue não borbulhará nunca mais daquele jeito. Quero me soltar e me entregar, quem sabe até me afogar novamente num sentimento. Mas tudo parece tão sereno e tão inabalável aqui dentro. Como se uma flecha estivesse ousando atravessar a blindagem do carro do presidente.
Preciso parar com isso agora, deixar de vez esse sentimento se desmanchar na minha frente como se ele nunca tivesse existido. Porque dele só me restou magoas, medos, remorso, amor, amor, amor, amor... porque ele me destrói, me consome, me trapaceia.
Porque ele não me deixa amar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Não. Como. Existe. Você. Ninguém.

Enquanto voce estava deitada nos meus braços, não passou pela minha cabeça que um dia voce poderia estar longe daqui. Nunca pensei que pudesse sentir tanto vazio e tanta coisa indo embora. E apesar de lembrar de muitas coisas que eu gostaria de ter esquecido, sei que sempre haverá o seu lugar bem guardado dentro de mim, mesmo reconhecendo que voce não o merece. Queria poder te trazer de volta mais que qualquer outra coisa, nas hoje sei que isso não está mais ao meu alcance. Voce foi embora tão de repente, tão inesperadamente e da maneira mais dolorosa.
E confesso, não sinto mais vergonha alguma de tudo isso. Não sinto vergonha desse sentimento. E isso porque eu sei que ele é a minha parte mais sincera. Só não me peça para que eu compreenda sua partida, seu novo destino, sua nova vida. te olhar nos olhos já é o bastante para me fazer perceber que uma parte de mim se foi, e ver o brilho de seus olhos encarando outra pessoa só me lembra de que minha outra parte necessita lutar pela sua sobrevivência.
Eu queria agüentar tudo isso. Gostaria de não mais reabrir esta ferida só pelo prazer de lembrar de um de nossos dias. Queria que da minha boca saíssem palavras sinceras desejando sua felicidade longe mim, mas não espere tanto assim do meu coração quebrado.
Essa prisão de sentimentos às vezes me deixa com uma aparência doentia e eu sei que isso não tem feito bem pra mim. Só que existem coisas que não se pode controlar, e a saudade de algo que não volta é uma delas.
E é até tragicamente engraçado o fato de ainda querer ouvir sua voz me contando um dos seus segredos malucos ou tudo aquilo que queria fazer comigo.
Quando eu pensei que ninguém pudesse atropelar esses sentimentos, me esqueci que nos mesmos que fazemos isso involuntariamente.


Só queria que meu coração relembrasse de bater normalmente.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Deslizando E Recaindo Parte II

Estou aliviada, me sinto seis vezes mais leve. E apesar de tudo aquilo que passamos, não vou sentir isso que tenho sentido por voce pra sempre. Alias, nem isso eu sinto mais. Meu sentimento mudou agora. Não é mais um “eu te amo”! agora ta mais pra “voce é meu destino”. E eu sei que voce estará lá, em qualquer lugar.
Quando eu olho pra alguma foto sua, eu não sei explicar exatamente o que acontece. É como se minha mente de repente voasse pra qualquer lugar sem dar satisfação. Ou como se meu coração de repente pulasse da janela e explodisse, ou como se eu nunca mais fosse admirar alguém tanto.
Mas também me lembro de tudo aquilo que aconteceu. Me desculpa, eu não sou perfeita, e eu ainda me lembro de tudo: das coisas ruins e das boas. Ainda lembro daquele beijo que voce não me deu e também daquele que voce não deveria ter me dado. Eu lembro de tudo, minha pequena.
Tiveram noites em que eu não dormi. E outras que achei que nunca fosse acordar. Eu queria que voce estivesse aqui agora. Está frio, meus pés estão congelando. E nada indica que amanha fará sol de novo. Passa a noite aqui, tá tudo tão triste sem voce aqui. O que eu sinto é mais do que só saudade. É alguma coisa que não tem nome, nem descrição.
Outro dia senti seu cheiro. Achei que tinha sido uma invenção minha, mas logo depois confirmei. Não lembro o nome do seu perfume, mas nunca confundiria aquele cheiro. Tao aconchegante e tao devastador.
E agora, seja como for. Caminhe por onde achar que deve caminhar. Eu não posso mais tentar te prender aqui, voce já se foi há muito tempo. Queria te resgatar e mais que isso, queria te mostrar a minha nova versão de mim mesma.
Sinto muito, mesmo. Mas eu estou pronta agora. Desculpa, mas só agora eu estou pronta!!
Eu te amo muito, e sinto sua falta aqui. E eu sei que voce não sente. E eu não ligo. Porque o que interessa pra mim agora, é que EU te amo e compreendo esse sentimento.
Sr não for me beijar, pelo menos me de um abraço. Por mais fraco que ele seja, e por mais que ele represente muita coisa, vou relevar.



Volta.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Deslizando E Recaindo Parte I

Fiz tempestades num copo d’agua e até ridicularizei as virtudes de outros. Chacoalhei o mundo, bati muitas vezes com a cara na parede . Andei perdendo alguns isqueiros, uns elásticos de cabelo e até mesmo alguns livros que queria ler. Blusas que não encontro mais, moedas de cinco centavos que vão se espalhando misteriosamente pelos cantos da casa, papeis importantes e pequenos garranchos em pedaços de guardanapo que acabaram sendo jogados fora ou esquecidos no armário em cima da porta do meu quarto, estão me fazendo falta.
Eu estou tao indiferente a isso tudo, que fico preocupada.
E como é que voce poderia esperar por algo muito diferente disso? Eu não sinto mais seus pés quentes entrelaçados nos meu debaixo do cobertor. Ninguém por aqui me canta promessas tão doces e acreditáveis. Ninguém me surpreende ou me encanta com um jeito diferente de ser.

Acho que perdi alguma parte da historia. Não lembro das coisas terem sido jogadas pra cima de um dia para o outro. Que tal se pararmos um pouco com todo esse drama? Vamos lá, acho que precisamos cair um pouco na real. Todo mundo sabe que não foi bem esse conto de fadas que andamos dizendo por ai, nem esse pandemônio como tanto gostamos de fazer parecer as vezes.
Fala sério, éramos crianças bobas e sonhadoras. A gente não tinha a consciência de que as coisas passam rápido demais, achávamos que existia um “pra sempre” em algum lugar no final, e só depois nos demos conta de que existe apenas um “pra sempre” na lembranças. Fui eu quem escreveu esta historia aqui, e se não me engano, fui eu mesma quem fez questão de não escrever nada que simbolizasse a eternidade nela.
Eu sou a sua perdição,e você sabe que eu não posso ficar perto demais do seu rosto. Eu sou o sangue que insiste em correr em suas veias e que desacelera seu corpo em certos instantes. Sou a promessa que você fez, e que você nunca conseguiu cumprir. Eu sou a voz que grita em sua cabeça, que insiste em aparecer todas as vezes que deita pra dormir. Eu sou a escolha que você gostaria de ter feito, mas que nunca se ousou a fazer. Eu fui a melhor e pior coisa que você já teve, e a única que você deseja mais que tudo esquecer. Eu sou tudo aquilo que você gostaria de ter apagado, mas que continua palpitando incansavelmente em seu coração. Eu sou suas melhores mentiras: as mais bem contadas e as mais esfarrapadas. Eu fui a única que já te fez sentir assim, e mesmo assim você me permitiu ir embora. E olhando pra trás você pode perceber o que é isso que vem te matando. É muito complicado se acreditar naquilo que não se pode ver. Mas quando você abrir os olhos e perceber que todos os seus dias se foram desertos, você vai enxergar o quanto voce deixou pra trás.


Vejamos as coisas, pela primeira vez, com um olhar um pouco diferente. Eu não te perdi, e isso não é devido ao fato de nunca ter tido voce, porque todos sabemos que tive. Mas sim, porque quem perdeu alguma coisa aqui foi voce. Desculpe-me meu egocentrismo, meu narcisismo, e minha audácia, mas voce nunca vai achar alguém como eu.


Falar de amor já saiu da moda há muito tempo, mas ainda existem babacas como eu, que insistem nesse tipo de literatura morta. Hoje em dia só se fala de sexo e justin bieber. As vezes me parece que as pessoas desistiram de sonhar, amar, gritar... de viver.


Mentira.

Não é bem assim.

Na verdade, eu espero que não seja bem assim. Agora também eu acho que já tanto faz! Parece que hoje em dia eu já não faço questão de muitas coisas que antes eu julgava importante, e coisas que não me pareciam irrelevantes, agora parecem essenciais. Isso me assusta de alguma maneira, e espero acabar não me confundindo mais uma vez.
Será que esta é mesmo uma simples fase de transição e eu é que estou me importando à toa? Vem um medo, no entanto algo que ainda insiste em dizer que está tudo bem. Tudo parece do avesso!

Vire-se, preciso ver seu rosto e analisá-lo. Porque toda maldita noite, fico imaginando como será que seus olhos brilham e se há algo nele que me dê a certeza de alguma aventura inesquecível pode ser vivida. Esta tudo tao calmo por aqui, que eu sinto que preciso de voce mais do que nunca. Eu não sei o que eu posso fazer, mas sei que não agüento mais estar nesta escuridão sem fim. Vire-se, pra eu ver se algum traço do seu rosto irá me lembrar de algo da minha infância que me marcou, ou simplesmente pra eu checar se essa solidão é permanente, ou se é algo que logo passará. Todas as noites eu espero que um pouquinho de voce me acerte certeiramente.

Por favor, alguém me confirma que a gente aprende algum dia com nossos erros! . Estou louco, louco, louco. Eu digo, não falar por falar... mas falar com certeza. Me sinto adoentado, como se você sugasse minhas energias. Porque eu não agüento mais repetir as mesmas coisas o tempo todo.. Eu sinto tanto e ao mesmo tempo não sinto nada. Você me tem sob controle ou eu que ando arriscando a acreditar que estou amando mesmo? Estou louco, louco, louco. E compreendo isso especialmente quando meu corpo se contrai quando penso em você ou até mesmo tenho sua presença por perto.

Preciso achar um ambiente para ir onde eu não sinta mais seu cheiro, mas nenhum lugar chama minha atenção se você não está. Segura minha mão, nem que seja só por um segundo. Não te peço mais nada, simplesmente que me deixe contemplar seu rosto perfeito. Eu sei que não deveria sentir isso.

Ou melhor, deveria, mas não por voce.


Deixe-me sentir toda a intensidade e leveza desse sentimento

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Gerando A Receita

Queria sair. Dar uma passeada pela rua. Encarar paisagens cotidianas com olhos abismados e aquecidos. Dizer “bom dia” para aqueles com quem simpatizo e também para aqueles que devo ser educada, sem achar que isso é a maior hipocrisia que existe. Gostaria de cantar bem alto uma musica que gosto muito, desafinar e não poder ser ouvida por ninguém. Queria poder fazer caricias em coisas abstratas, porque é a única maneira que conheço de demonstrar que as admiro.
Voltar pra casa, deitar na minha cama e assistir meu programa preferido, sem precisar me importar com nada alem do ângulo da minha televisão. Dar risadas de coisas clichês, chorar assistindo um clássico qualquer. Comer um bombom, quem sabe até dois, sem sentir um pingo arrependimento nas horas seguintes. Olhar a vista ridícula da janela do meu quarto e encontrar nela algo que aprecio. Assistir a chuva molhar o telhado, os carros e o chão. Poder voar também, mas não a ponto de ter medo da altura.
Eu poderia chorar litros agora mesmo, mas sei que isso não mataria a sede da minha magoa. Poderia correr e me esconder, mas isso não me deslocaria desse mundo.
Fiz do deserto um grande rio. Fiz da sede uma razão pra viver. Das mágoas fiz magia, das lágrimas fiz perdão. Do calor fiz energia e da onda fiz um porto seguro. Da solidão fiz amizade e de tristeza fiz sinceridade. Da chuva eu fiz lembranças e das cicatrizes fiz poemas. Da dor fiz prazer e da ansiedade fiz tempo. Das incertezas fiz caminhos e da saudade fiz carinho.
Só não posso me refazer.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Madrugadas Molhadas e Tédios Mundanos

Com o tempo, a rotina se restabelece e tudo volta para o lugar. Mas somos seres contraditórios e ainda não achei um tão coeso que fosse a plena exceção. Queremos sempre algo que nos tire da realidade. Mas qualquer novidade necessita de uma dose de abdicação. E quem disse que somos tão desapegados assim? Nem o mais cético é tão autossuficiente para isso. Mas juntar a vida ao sonho não é tão fácil quanto os filmes mostram. A minha vontade de manter a estrutura e uma vida de carinho pré-estabelecido faz com que eu me sinta um velho com medo de mudanças, um velho caquético e acomodado. I’m too young to feel this old, disse um gênio com espírito velho qualquer. Mas, ao mesmo tempo, minha cabeça voa além de todos os meus limites. Vivo procurando um quê de mudança nisso tudo, algo que me impossibilite de ficar parada. Aqui dentro, os sentimentos clamam por revolução. E como muitos além de mim querem isso, Che também já disse: ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Mas e quem sente as duas coisas?
Amor é calmo. Passamos nossa limitada eternidade procurando a definição, a solução e a explicação para algo que, muitas vezes, não nos satisfaz – ou ao menos nos encontra (ou será que somos achados?). Uma pessoa com sede de aventura não pode viver de amor. Ele é casadinho, quietinho, juntinho, um grudezinho, um melôzinho do diminutivozinho, mas causa uma dorzona. Cansei de chorar o café feito à toa de madrugada para um amor que só existia em minha mente.
Mente que mente. Mente doente. Mente que sente.
Que quer voltar a sentir. A onda de marasmo do amor cantarola um mantra hindu enquanto eu só penso em ir ao Rock in Rio. Sei que canso os outros e a mim mesma com isso, mas repetir é o único jeito de fazer com que isso fique na minha cabeça de tal maneira que me obrigue a agir seguindo essa minha verdadeira vontade. E agitar a calmaria mantendo a estrutura pode ser resolvido com uma viagem, mas nada é tão fácil assim quando falamos de sentimentos.
Quero a paixão que não me faz fazer nada extravagante, mas o que seria mais absurdo do que estar nesse mundo e viver em outro? Ainda não somos capazes de habitar Vênus, mas podemos habitar seus habitantes. Estar aqui e pensar lá. Agüentar a rotina pensando na recompensa involuntária da paixão do outro ser apaixonado. Mas quem se apaixonaria por um alguém insatisfeito, chorão e carente de carinho? Pessoas se apaixonam por quem as dispensa, e não por quem oferece afeto facilmente. Ninguém nunca disse que o mundo era justo, muito menos as mulheres coesas.
Sou um franguinho, dizem. Somos românticos, digo. Só não conta pra ninguém..

Por Thais Lourenço

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não Sei Quem É Você

Não parecia que tinha acontecido tanto tempo atrás. Alguma outra pessoa conseguiu resgatar uma coisa em você, que eu deixara esquecida. Todas as coisas que eu quis dizer quando voce estava na minha frente – coisas que eu havia guardado bem no fundo – não saíram. Acho que só pela minha certeza de que voce tinha ouvido algo parecido dias atrás, vindo de alguma outra pessoa. Talvez tenha sido uma parte escondida que resolver sumir de vez, ou ate algum desejo que já estava morto há muito tempo e sentiu medo de viver.
É tudo muito diferente do que costumava ser, o mundo já deu três voltas completas. E por alguma razão trouxe de volta o que havia parecido ter levado pra sempre. Não sei mais como rebater suas perguntas ou afirmações. Não sei o que fazer pra te agradar e te deixar realmente protegida. Olha, eu mudei muito, eu sou completamente diferente da pessoa que voce conhecia e amava. Sou diferente, menos imatura, menos jovial. Menos entregue, e muito menos transparente. O que me intriga nisso tudo é a insegurança que toma conta de mim por simplesmente não ter na ponta da língua o que voce quer ouvir.

Eu queria senti-la, de alguma maneira. Mais que isso, queria que ela me entendesse sem que eu precisasse discursar sobre o que sinto. Nenhum de meus sinais a fez descobrir quem sou agora. Parece até que não sentia quando esbarrava nela quase que sem querer.
A questão não é que ela é Ela. Ou talvez até seja. Mas o ponto é que o jeito que ela fala suas besteiras me encanta. Seu sorriso me cativa. E quando nada parece estar certo, por acaso ela aparece e me devolve o sentido de todas as coisas da vida.
Eu tenho medo, será que voce é incapaz de perceber? Eu sou covarde, eu sou chorona. Eu sou assim mesmo, bem melancólica. O que acontece é que existem certos tipos de mágoas que não se despedem tão rápido. E as cicatrizes, apesar de serem machucados curados, existem para nos lembrar de que ali um dia fora ferido.
Voce não esta mais aqui, e acho que por isso mesmo que tenho tido esses sonhos muito loucos. Talvez seja essa a razão desse meu sofrimento gratuito ou da minha busca descontrolada por algo que nem existe direito.
Não fala comigo, não diz nem uma palavra. Eu não quero ouvir o que voce tem pra me dizer. Não quero construir e demolir milhões de sonhos em cima de promessas que nunca se concretizam. Preciso manter o pé no chão e os seus sussurros nos meus ouvidos me fazem querer voar. E sei que eu não deveria e nem posso me ousar a decolar.
E mais que isso, eu não quero ouvir porque eu não pretendo cair nas suas armadilhas mais uma vez. Nunca sei quando algo que vem de você é realmente verdadeiro. E olha, eu cansei, sabia? Eu cansei de esperar por uma coisa que nunca acontece.
Não digo mais as coisas se eu não realmente acreditar nelas. Não choro se algo não me ferir de verdade, e não sorrio pra ninguém se eu realmente não estiver sentindo vontade. Não sei se você fez de mim uma pessoa mais racional, mas definitivamente mais emocional eu me tornei. Acho que a grande diferença é que hoje em dia sei controlar melhor meus sentimentos.
Olha pra mim, encara meus olhos cansados. Para de dizer que só me ama quando está comigo, porque isso me faz lembrar que eu ainda te amo todos os dias. Para de dizer que ficou triste com certo acontecimento, quando na verdade, você se aproveitou bem dele.
Olha no meu olho, e pelo menos tenha coragem de dizer que ainda me ama, se isso ainda for verdade. E se não for, não diga por dizer. Eu não preciso mais desse tipo de jura de amor, eu não preciso mais desse tipo de amor utópico que você tem me oferecido. Eu quero muito mais que isso!
E no decorrer dessa historia toda me lembrei de alguma forma que o final foi feito para se meu e seu. Mas logo depois preferi acreditar que talvez eu pudesse simplesmente fingir que estava ao seu lado e tudo ficaria bem. Quem sabe até tentar te substituir, de alguma maneira.
Mesmo que voce esteja longe o bastante para que eu não possa te agarrar pelo braço, eu sei que voce, de alguma maneira, ainda precisa de mim. E por isso, meu amor, eu não consigo me afastar.
Eles não podem tomar conta de nossas vidas, mas o que adianta afastá-los se não conseguimos entrar num acordo com nosso amor?
Depois de um tempo eu comecei a acreditar que estava curada. Mas sempre existia aquela pontada no peito que me acertava inesperadamente, me deixando fraca mais uma vez.
Você não me queria de verdade, queria? Parece que foi tudo muito impulsivo. Pelo menos em minha cabeça parecia apenas que eu estava tentando resgatar um grande amor perdido. Mas pra voce, não sei... me pareceu apenas uma nostalgia confusa.
Eu não pude ouvir, tinha muita coisa acontecendo aqui antes de voce reaparecer, ok? Eu tive um amor, também. E se não era amor, era algo poderoso o bastante pra manter tudo o que eu sentia por voce bem distante. Não me lembrava de você há dias, pra ser sincera. Eu estava realmente apaixonada.
Eu não quero me distrair não, porque isso só me fará lembrar de coisas que não quero.
Faz-me lembrar que tive planos de uma vida toda. Sinto falta até de meus devaneios. Sinto saudade do apartamento que eu ia dividir com você. De te ver todos os dias, conhecer seus piores hábitos. Do primeiro dia de aula dos nossos filhos.
Eu sinto tanta falta disso!

Engraçado. No começo era diferente. A gente mal se conhecia e uma já era apaixonada pela outra, de alguma maneira. Eu nunca gostei de chocolate, e você sempre odiou cheddar. Era difícil, só tivemos duas semanas de sossego. De amor. Um amor que não exigia um retorno imediato. Um amor sincero, sabe? Se lembra de seus olhares desconcertantes? Você disse que eu deveria me preocupar quando você parasse de me olhar daquele jeito.


E você parou.


E a noite continua caindo, tão devagar que obriga minhas costas se curvarem exaustas. To presa a medos que eu nem lembrava que eu tinha. Culpa dessa sua mania de fingir que está partindo.
Chega. Eu quero viver minha vida em paz. Sai daqui. Vai embora. E, por favor, não quero mesmo saber pra onde você tá indo. Não quero. Seu sorriso não diz nunca as coisas que eu tanto espero.

E no meio da fumaça de pensamentos, uma lembrança quase perturbou nossos sentimentos.

O amor já não anda valendo muita coisa por aqui. Há outras coisas mais importantes pras pessoas que me rodeiam, então, acho que o máximo que posso fazer é transformar toda essa confusão em algo que me faça crescer. Eu estou bem.
Estava bem, até esse momento. Até parar pra pensar em tudo aquilo que um dia fez a minha vida parar. E mesmo que voce tenha chegado com a intenção de abalar a estrutura de tudo aquilo que construí quando você estava fora, desta vez – desta única vez - eu não vou tropeçar.
Acho que o que nós fizemos foi realmente muito bonito, e tudo aquilo que nos sentimos, era mágico. Mas quando um se engana e o outro se esconde, não há muito que fazer para tentar mantê-los juntos.
Vai embora, vai. Vamos acabar logo com essa história.
Por favor... Faz isso parar. Eu não quero embarcar em mais uma viagem completamente sem rumo e razão. E isto, porque eu não quero ter que aguardar alguém vir me ajudar caso eu tenha sido baleada no caminho.

Olha, o que é acontece, é que eu decidi que eu realmente preciso viver sem você, pelo menos por mais alguns anos.

Eu não posso tentar obstinadamente ser amado por alguém que já partiu, e mesmo assim, continua ameaçando ir embora.



Eu não quero apenas uma pequena parte de você.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mudou

Talvez... tudo não tenha passado de um enorme sonho.
Bati a cabeça forte no meu criado-mudo.
Talvez tudo o que eu precisasse era ter menos sono.
Porque, de alguma maneira, eu ainda quero lembrar de tudo.
Tentar fazer parecer que foi de verdade.
Acreditar que com aquilo ainda posso sonhar.
Sem ter medo de acordar.