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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nostalgia

Quero ser criança. Continuar a olhar a vida com deslumbre, como se cada passo fosse em direção a algo divertido. Juntar-me com as meninas para falar que os meninos são nojentos e ridículos. Brincar de boneca e me divertir muito com isso. Quero recuperar a inocência, o jeito puro de olhar as coisas. Correr pela rua sem rumo e me contentar absurdamente com isso. Aprender o tempo todo como tudo funciona. Surpreender-me com coisas banais e xingar os outros de bobo. Fazer pirraça na hora de comer legumes e encher o saco pra degustar a sobremesa e tomar refrigerante. Apaixonar-me pelo menino mais feio, só por ele me oferecer um pouco do seu lanche no recreio. Ser sincera, não medir palavras pra dizer o que penso. Ser simplesmente feliz e não me preocupar com os outros.
Quero ser adolescente. Viver intensamente da maneira que eu quiser. Dançar para descontrair e gritar muito alto nos momentos bons. Encher a cara, despertar na praia com a cara toda cheia de areia. Ser imprudente, não medir minhas atitudes. Ser dramático, colocar todos os meus sentimentos a prova de fogo. Sofrer demais, quando necessário. E gargalhar quando alguém contar uma piada sem graça. Saborear a vida e fazer dela algo mais próximo do que eles mostram em filmes. Apaixonar-me loucamente a ponto de achar que a vida não faz sentido quando esta pessoa não estiver comigo. Chorar quando alguém disser que está partindo, e me tornar a pessoa mais feliz do mundo quando alguém disser que veio só para me ver. E viver, viver, viver...isso me bastaria.

2 comentários:

  1. muito bonito. também queria voltar a ser..

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  2. A gente tem essa tendência a querer crescer demais, a largar toda essa ingenuidade bonita. É admirável, Camila, sua postura de expor o desejo de se encantar com o mais simples.
    Ser criança de novo, não dá, mas ainda e sempre dá pra ser inocente. E inocente não em um sentido pejorativo, mas revigorante que essa palavra traz.
    Não sei se isso te fará mais feliz, mas eu entrei aqui só pra te ler.
    E ouso dar o conselho óbvio e imponente "Viva! E se encante apenas com o fato do sol ainda nascer".

    Bela surpresa o seu texto e seu blog.

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